sexta-feira, 18 de junho de 2010

Chuva


A chuva cai pra cima
pra cima de nossas cabeças
desprovidas de proteção, guarida.
Gotas brilhantes escorrem pelo rosto,
reluzindo os raios do sol
de um sol que teima em não aparecer.
Rostos opacos, trêmulos de angústia ou de frio.

Na solidão das multidões
a chuva se mistura com falta de calor
humano.
A água faz escorrer a maquiagem
mas não tira as máscaras das faces.
Na busca por abrigo
corpos separadamente juntos.


Júlio César Rolim