sexta-feira, 26 de março de 2010

Poesia sem título

Ao campeão o troféu
À noite o luar
Ao apaixonado o olhar
Ao noivo o mel

À virgem o sexo
Ao pedinte a dádiva
À certeza a dúvida
À dúvida o nexo

Ao rei a república
À cela o condenado
Ao puro o pecado
Ao santo a súplica

Ao conflito a paz
Ao amor o momento
À dor o alento
Ao defunto o “aqui jaz”

Ao texto o ator
Ao ator o aplauso
Ao velho o causo
À língua o sabor

Ao jardim a flor
À flor o nariz
Aos autos o juiz
Ao sol o pôr

Ao não o sim
A César o seu
A você o eu

Ao início o fim.

Júlio César Rolim

4 comentários:

  1. Ao autor, a inspiração
    Ao poema, a beleza
    Ao dilema, a certeza
    Ao leitor, a satisfação.

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  2. Visualmente creio ser melhor suprimir as virgulas. A liberdade poética permite supressões. Acho a leitura mais solta sem as vírgulas, e venho dizer ao meu caro Julio que o segundo verso da ultima estrofe, mesmo não tendo sido intencionalmente ligado a ti mesmo, foi o ponto alto e de genialidade deste teu belíssimo poema.

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  3. Ah! Já ia esquecendo: Tua decisão foi sensata quanto ao título! E esqueci de me identificar. Lá vai:

    Jânsen

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