Estive em São José de Piranhas, a linda e festiva Jatobá, terra das cervejas mais geladas da Paraíba e das mulheres mais bonitas do Brasil. Revi parentes, amigos e amigos-parentes. Na quinta-feira, véspera de Micaranhas (carnaval fora-de-época mais tradicional do Sertão) a folia já havia começado, na Praça Getúlio Vargas o vai-e-vem de pessoas é intenso. Conversas, risadas, abraços, beijos (com e sem compromisso). Não sou de ferro, entrei no clima (não consigo fugir dos clichês). Inicialmente tomei uma (uma?) cerveja no Coreto’s Bar, com um suculento muncunzá (salgado, graças a Deus!). Em Campina Grande ainda não me acostumei com a falta de sal e de cor dessa iguaria também consumida na Borborema, sempre penso: “Preciso levar os campinenses pra provar o muncunzá de Zé do Peixe ou de Ideval Braz”.
Bem, lá estava eu sentado, na companhia de meu amigo Laerte, jogando conversa fora e cerveja pra dentro. Marciana ligou diretamente de marte pra lembrar a Laerte que estava na hora de ir pra casa. Lá foi ele, atendendo ao pedido da esposa, o amor é lindo (outro clichê).
Dei umas voltas e parei no bar de Galeguinho na Praça da Alimentação. Lá encontrei Petrônio e Regineide, que são a prova viva de que os brutos também amam. No decorrer do papo, aparecem Zena, maior repórter das terras piranhenses, Isaac, homem eclético, capaz de explicar dos métodos de elaboração da estatística educacional na rede municipal de ensino, até como preparar um tucunaré na beira de um açude, e Alan de Antônio Leite, autor dos Meus Ensaios, crônicas rebuscadas que são colocadas por baixo das portas na calada da noite, Alan, como vários iluminados, não dorme!
Todos os assuntos são tratados, em mesa de bar é sempre assim. Entre um tema e outro, os assistentes de Galeguinho vão trazendo loiras geladas, às vezes errando a marca, mas nunca a temperatura. O destaque da noite são os momentos filosóficos de Alan, contando suas facetas ao longo da vida, já foi ator, professor de karatê, consertador de rádio, escritor, ciclista e agora guru.
- A Bíblia? Já li mais de cinquenta vezes, e nada tem a ver com nada. Tem gente por aí que leu menos que eu e sai dizendo que entendeu tudo, conversa. – fala convicto enquanto come um pedaço de carne de porco, tudo bem, pecado é o que sai da boca do homem!
“O diabo é igual ao papa-figo.” Esclarece. Fiquei curioso, tentando compreender a comparação. Antes que eu perguntasse, Alan agarra o copo e diz: “A mesma coisa, nenhum dos dois existe! Quer ver uma coisa? Me diga porque o diabo só ataca pobre? Você já viu alguém dizer que um rico tá com o cão nos couros? Tem não.” Quando eu era pequeno morria de medo do papa-figo, algumas vezes me escondi embaixo da cama, lá era seguro. Do diabo nunca tive muito temor, mas agora fico mais tranquilo em saber que nenhum dos dois é real.
Petrônio vai interpelando Alan, nenhuma pergunta fica sem resposta. Isaac se mantém na oposição, discordando das pregações, entretanto, isso não incomoda Alan que tenta converter o companheiro de mesa. No seu discurso etílico o mestre não conhece limite de temáticas, relata suas aventuras sobre duas rodas (bicicleta), acompanhado de seu fiel escudeiro Arão Miguel, nas estradas, veredas e caminhos de Jatobá. Descreve as belezas do município e os benefícios de praticar esporte regularmente. Explica doutrinariamente o conceito de latrocínio, discorre sobre política, futebol, literatura, tira-gosto... Ao longo da conversa, vamos nos convencendo da verdade existente em suas nas palavras. Petrônio, espirituoso como sempre, nomeia a nova doutrina que se inicia. Salve o Alanismo!
Bem, lá estava eu sentado, na companhia de meu amigo Laerte, jogando conversa fora e cerveja pra dentro. Marciana ligou diretamente de marte pra lembrar a Laerte que estava na hora de ir pra casa. Lá foi ele, atendendo ao pedido da esposa, o amor é lindo (outro clichê).
Dei umas voltas e parei no bar de Galeguinho na Praça da Alimentação. Lá encontrei Petrônio e Regineide, que são a prova viva de que os brutos também amam. No decorrer do papo, aparecem Zena, maior repórter das terras piranhenses, Isaac, homem eclético, capaz de explicar dos métodos de elaboração da estatística educacional na rede municipal de ensino, até como preparar um tucunaré na beira de um açude, e Alan de Antônio Leite, autor dos Meus Ensaios, crônicas rebuscadas que são colocadas por baixo das portas na calada da noite, Alan, como vários iluminados, não dorme!
Todos os assuntos são tratados, em mesa de bar é sempre assim. Entre um tema e outro, os assistentes de Galeguinho vão trazendo loiras geladas, às vezes errando a marca, mas nunca a temperatura. O destaque da noite são os momentos filosóficos de Alan, contando suas facetas ao longo da vida, já foi ator, professor de karatê, consertador de rádio, escritor, ciclista e agora guru.
- A Bíblia? Já li mais de cinquenta vezes, e nada tem a ver com nada. Tem gente por aí que leu menos que eu e sai dizendo que entendeu tudo, conversa. – fala convicto enquanto come um pedaço de carne de porco, tudo bem, pecado é o que sai da boca do homem!
“O diabo é igual ao papa-figo.” Esclarece. Fiquei curioso, tentando compreender a comparação. Antes que eu perguntasse, Alan agarra o copo e diz: “A mesma coisa, nenhum dos dois existe! Quer ver uma coisa? Me diga porque o diabo só ataca pobre? Você já viu alguém dizer que um rico tá com o cão nos couros? Tem não.” Quando eu era pequeno morria de medo do papa-figo, algumas vezes me escondi embaixo da cama, lá era seguro. Do diabo nunca tive muito temor, mas agora fico mais tranquilo em saber que nenhum dos dois é real.
Petrônio vai interpelando Alan, nenhuma pergunta fica sem resposta. Isaac se mantém na oposição, discordando das pregações, entretanto, isso não incomoda Alan que tenta converter o companheiro de mesa. No seu discurso etílico o mestre não conhece limite de temáticas, relata suas aventuras sobre duas rodas (bicicleta), acompanhado de seu fiel escudeiro Arão Miguel, nas estradas, veredas e caminhos de Jatobá. Descreve as belezas do município e os benefícios de praticar esporte regularmente. Explica doutrinariamente o conceito de latrocínio, discorre sobre política, futebol, literatura, tira-gosto... Ao longo da conversa, vamos nos convencendo da verdade existente em suas nas palavras. Petrônio, espirituoso como sempre, nomeia a nova doutrina que se inicia. Salve o Alanismo!
Júlio César Rolim
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirJC, você precisa escrever mais sobre as figuras folclóricas do jatobá!muito bom!
Salve Alan!!!!!
ResponderExcluirConcordo com DEYSE o texto ficou muito bom. E como Jatobá além de ser bela, hospitaleira, e como diz o autor terra de mulher bonita e da cerveja mais gelada da Paraiba, é muito rica em figuras folclóricas, vc precisa falar mais sobre essa nossa riqueza.
ResponderExcluirSem dúvidas, Jatobá merece ter suas figuras descritas aqui...(Curiosidade: quem será a próxima "vítima"??)
ResponderExcluirParabéns Júlio!!
meu amigo Júlio Cesar escrevi um post no meu blog e atribui o termo ALANISMO a vitão, o boleta, quando fui prontamente corrigido por seu irmão Alcides. Parabéns pelo texto e au grande abraço!!
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